quarta-feira, 5 de março de 2008

Euro forte preocupa ministros

Os ministros das Finanças da União Europeia estão preocupados com a valorização do euro face ao dólar. Em Bruxelas, Teixeira dos Santos disse crer que ainda não é necessária qualquer intervenção, no entanto, espera que os EUA "actuem em conformidade" com o que os próprios defendem um dólar forte interessa à economia norte-americana. Nos últimos dias, o euro atingiu valores históricos, acima de 1,5 dólares.O ministro português disse que, actualmente, é mais preocupante a "instabilidade cambial do que o nível a que as taxas de câmbio de situam", acrescentando que considera importante que "se evitem movimentos abruptos e destabilizadores" dos mercados cambiais.A reunião mensal dos ministros das Finanças em Bruxelas serviu também aprovar o Programa de Estabilidade que o Governo tinha submetido à Comissão Europeia em Dezembro. Os 27 consideraram a estratégia do executivo português "compatível com a correcção do défice excessivo até 2008" e capaz de alcançar o equilíbrio das contas até 2010.Teixeira dos Santos explicou que o Conselho de Ministros não pediu a Portugal quaisquer medidas suplementares para evitar o risco de crescimento económico inferior ao projectado, garantindo que "as medidas estão identificadas" e que agora é necessário doseá-las de acordo com o calendário, reiterando que a trajectória do PEC é para manter. Em Setembro de 2005, a União Europeia tinha dado três anos a Portugal para corrigir a situação de "défice excessivo" em que Lisboa se encontrava. Na altura, Portugal comprometeu-se a reduzir, até 2008, o défice orçamental para um nível abaixo dos 3% do PIB, que cumpriu um ano antes do previsto.Em resposta às afirmações de um antecessor, Miguel Cadilhe, que disse que a economia portuguesa estava em "recessão grave" desde 2003, Teixeira dos Santos comentou que se trata de uma afirmação "alarmista" e "sem fundamentação técnica". "Penso que é uma afirmação gratuita, não fundamentada e não tem nada a ver com a realidade da nossa economia", rematou.
(Célia Marques Azevedo, Correspondente em Bruxelas - in Jornal de Notícias - www.jn.pt)

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